Abaré, Chorrochó e Rodelas estão entre os mais de 250 municípios baiano que têm urgência de médicos
Publicada em 11/07/13 - 692 visualizações
por Fonte: Dário Barbosa
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A Bahia tem 264
municípios identificados pelo Ministério da Saúde (MS) como
prioritários para receber profissionais do programa Mais Médicos, do
governo federal, na intenção de interiorizar a atenção à saúde.
Os números,
divulgados ontem pelo Ministério da Saúde (MS), colocam a Bahia na
liderança nacional entre os estados com maior número de áreas com
carência de médicos. Em todo o país, são 1.557 cidades identificadas
como prioritárias para receber os médicos do programa. No último dia 4,
reportagem do CORREIO realizada com base em dados do Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde (Cnes/Datasus) mostrou que em um a cada
quatro municípios baianos a concentração de médicos não passa de 0,2
para cada mil moradores - taxa semelhante à do Afeganistão.
Os editais do
programa Mais Médicos que vão permitir que profissionais se candidatem a
vagas no interior e as cidades solicitem profissionais também foram
lançados ontem. O anúncio foi feito, pela manhã, pelo ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, em entrevista coletiva na Esplanada dos Ministérios,
em Brasília. A Medida Provisória (MP 621) que cria o programa foi
publicada ontem no Diário Oficial da União. A MP prevê o recrutamento de
médicos estrangeiros caso os brasileiros não preencham as vagas, a
abertura de vagas de graduação e de postos de especialização em locais
prioritários e a obrigatoriedade de o estudante de Medicina prestar
serviços para o SUS por dois anos antes de receber o diploma ? as novas
diretrizes valem para os estudantes que ingressarem a partir de 2015. Novos postos
O MS anunciou
também ontem que a Bahia receberá R$ 275 milhões dos R$ 7,5 bilhões
anunciados na segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff para
ampliação, reforma e construção das Unidades Básicas de Saúde (UBS),
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais universitários.
Os R$ 275
milhões liberados pelo governo federal para a Bahia devem custear a
construção de 513 unidades, bem como a reforma de 237 e a ampliação de
245. As cidades onde esses investimentos acontecerão, bem como o prazo
para início ou finalização das obras, não foram informados. O governo
também não informou se há previsão de construção de hospitais
universitários na Bahia.
Editais
Os chamamentos
para que médicos e municípios se inscrevam no Mais Médicos ficarão
abertos pelos próximos três anos, mas aqueles municípios que se
inscreverem até o dia 25 de julho já podem ser contemplados com novos
profissionais a partir de setembro. O mesmo vale para os médicos -
aqueles que se candidatarem até a data já podem entrar na turma de
setembro. Para qualquer uma das inscrições, basta acessar o site
maismedicos.saude.gov.br.
Na inscrição,
os profissionais poderão indicar até seis cidades de preferência para
trabalhar. A partir daí, haverá critérios como proximidade com o local
de formação, idade (os mais velhos têm preferência) e hora da inscrição.
Os médicos que participarem do programa devem receber uma bolsa de R$
10 mil, além de, nos dois primeiros meses, ajuda de custos de
deslocamento. O trabalho pode durar até três anos.
"Sei que
estamos enfrentando tabus. Por muito tempo, tentaram dizer que não
faltava médico no Brasil e que o problema era a distribuição. Mas se
olharmos para países vizinhos, bem como em países que têm um sistema
único universal, podemos ver a diferença", comentou Padilha. Na
Argentina, a média dos médicos é o dobro da brasileira: 3,2
profissionais para cada mil habitantes. No Reino Unido, que tem servido
de modelo para o programa, por ter um sistema de saúde público
universal, o índice é de 2,7.
Para os
municípios se inscreverem, devem assinar um termo de adesão, que deve
ser encaminhado ao MS. Cada cidade deve indicar a quantidade de
profissionais que precisa.
Critérios
Na Bahia, o
índice do número de profissionais para cada mil habitantes não passa de
1,09. Enquanto isso, o índice nacional é de 1,83.
Além da
concentração de médicos, também foram usados como critérios para
identificar os municípios que terão prioridade no programa a "capacidade
instalada" - quando a cidade tem unidade de saúde, mas não tem médico -
e foram ainda selecionados municípios com pelo menos 20% da população
em condições de extrema pobreza, com base nos dados do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A inscrição nos
editais, porém, não está restrita somente a esses municípios. "Temos
esses critérios porque existem municípios com alta escassez, mas todos
podem aderir. Há muitas demandas no interior, mas as capitais também
entram como prioritárias, para preencher vagas que ficam em áreas mais
pobres", disse o ministro.
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