Durante uma ação de rotina na divisa da Bahia com Pernambuco, fiscais da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), apreenderam um veículo que tentava burlar a fiscalização. O condutor transportava 13 ovinos, procedentes de Pernambuco, sem a Guia de Trânsito Animal (GTA) e nenhuma documentação sanitária de autorização do Ministério da Agricultura (Mapa). A operação ocorreu na última quinta-feira (05), no Posto de Fiscalização da Adab, localizado na ponte Presidente Dutra em Juazeiro.
Os animais estavam camuflados em lonas e condutor do veículo tentava introduzi-los de forma clandestina na Bahia. O diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres, esclarece que os 13 ovinos deveriam ter passado pelo período de quarentena e sorologia, na propriedade de origem, para então ingressar na Bahia. "Isso é uma exigência legal, existindo exceção apenas para animais destinados ao abate imediato. Mesmo assim, nada justifica o animal transitar sem documentação", completa Torres.
Recentemente o Ministério da Agricultura (MAPA) reconheceu nacionalmente como livre de aftosa com vacinação os Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Maranhão e área norte do Pará. Porém, o ingresso de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos destes estados na Bahia, com status de zona livre de febre aftosa com reconhecimento internacional, precisam atender às determinações da Instrução Normativa nº 24, de 2007 do Ministério.
Diante desta situação, os animais foram encaminhados ao sacrifício por apresentarem riscos ao rebanho baiano. "Como os ovinos estavam sem a Guia, na qual consta a propriedade de origem não podíamos emitir um documento de retorno, até porque eles iriam tentar entrar novamente na Bahia por outras vias", ressalta o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal, lembrando que a medida se fez necessária uma vez que a Bahia tem reconhecimento internacional e não pode permitir que nada comprometa a sanidade do rebanho e a comercialização dos produtos de origem animal.
"Desta forma, a implantação de medidas de controle e a maior atuação das barreiras sanitárias são de vital importância para a economia do Estado e do país", reiterou o coordenador do Programa Estadual de Caprinos e Ovinos, Marcello Conceição. A entrada de novas enfermidades em uma região pode ter graves implicações sanitárias e econômicas nos fluxos produtivos de caprinos e ovinos, bem como para o rebanho de mais de 11 milhões de bovinos e bubalinos da Bahia.