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Sem vaga para a mãe com câncer, mulher dá tapa na cara de prefeito

Mulher diz ter sido ofendida após pedir atendimento em Dumont (SP). Idosa teve internação negada após 12 horas de espera, alega filha.

Publicada em 31/10/13 - 716 visualizações

por G1.com


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 (Foto: globo.com)

Uma mulher agrediu, com um tapa na cara, o prefeito de Dumont (SP), Adelino da Silva Carneiro (PSD), na tarde de terça-feira (31), alegando ter sido ofendida pelo chefe do Executivo por reivindicar melhor atendimento para a mãe com câncer. Janete Dutra, de 48 anos, afirma que Maria de Lourdes Oloco Camargo, de 78 anos, ficou por mais de 12 horas sem receber atendimento e que foi tratada com descaso. Em nota, a Prefeitura informou que a agressão ao prefeito não teve justificativa e que o atendimento foi oferecido à paciente. Segundo a Policia Civil, a mulher e o prefeito registraram boletim de ocorrência e ainda serão ouvidos.

Janete relata que foi até a Prefeitura na terça-feira depois que o caso de sua mãe, com câncer de laringe há três anos e problemas pulmonares há quatro anos, foi encarado, segundo ela, com descaso pela unidade mista de saúde da cidade. Ao cobrar melhor atendimento, ela alega ter sido recebida com ofensas pelo prefeito. "Ele me atendeu na varanda da Prefeitura.  Depois da conversa, eu já estava indo embora quando ele me chamou de vagabunda. Perguntei: 'o que você falou?'. Ele disse de novo: 'vagabunda!'. Aí eu dei um tapa na cara dele. Ele ameaçou vir pra cima de mim, armou o braço, mas umas pessoas que estavam trabalhando lá seguraram e o trancaram lá dentro", diz Janete, que após o ocorrido registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil contra o chefe do Executivo por agressão verbal.

A moradora afirma que procurou falar com o prefeito como última tentativa de conseguir internação para sua mãe com câncer na unidade mista de saúde de Dumont. De acordo com ela, a busca começou no sábado (26), quando Maria de Lourdes teria ficado 12 horas esperando até ter o atendimento negado porque seu estado de saúde foi considerado terminal. "Minha mãe não acordava, expelia uma secreção muito forte. Ela precisava de atendimento. (...) Fui perguntar como funcionava para conseguir uma vaga em um dos leitos e me disseram que minha mãe não foi internada porque ela não aguentaria até segunda-feira (28)."

No início desta semana, Janete conta que, por um apelo da família, a secretária de Saúde, Crisley Roberta Alves, e um médico visitaram sua mãe em casa, mas, mais uma vez, trataram o caso como sem solução e não ofereceram nenhuma assistência. "Eles chegaram na minha casa e o médico agachou ao lado da minha mãe e perguntou se ela estava acordada. Depois começou a dizer que ela estava cansada, que estava muito doente e que ela iria descansar em breve do outro lado, que algo muito bonito esperava por ela. Depois que ele soube que ela luta contra o câncer há três anos, me deu os parabéns e disse que ela tinha superado as expectativas. Depois, deu as costas e foi embora", afirma Janete.

 




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