Termina daqui a pouco o prazo para o vereador Jorge Cavalcante (PSD) entregar à comissão investigativa a sua defesa no caso da "farra das diárias" na Câmara Municipal de Cabrobó (PE), Sertão do São Francisco.
Desde ontem (7) a movimentação é intensa nos gabinetes e corredores da Casa. Os vereadores se encontraram várias vezes entre si - inclusive com o próprio Jorge, que chegou a se reunir com os colegas, mas não houve qualquer tipo de acordo, garantem eles.
Como sempre, os vereadores estão aguardando o próximo passo de colega acusado. Há algumas hipóteses a considerar para este dia D:
A defesa de Jorge pode vir recheada de acusações contra os acusadores. Afinal, na sessão em que o caso das diárias veio à tona, Jorge também acusou: "Eu vou mostrar quem de fato tem culpa. Se for para condenar, vai ser a Casa toda", disse, na ocasião.
Nos dias seguintes, já afastado, o ex-presidente adotou uma postura cautelosa e acabou cessando as acusações. Porém, diante do relatório contundente apresentado pela comissão investigativa há dez dias, Jorge poderá novamente se utilizar do ataque para se defender.
Outra hipótese é a sua renúncia, ainda hoje, da presidência. Se isso acontecer, o processo em curso será extinto por falta de objeto.
Esta saída, no entanto, deixaria o vereador vulnerável perante a opinião pública, devido ao caráter simbólico do gesto. Uma renúncia é quase uma confissão de culpa.
Como ele continuaria vereador, o próximo passo da Câmara, inevitavelmente, seria iniciar um novo processo administrativo. Isso também poderá resultar na cassação do mandato.
Novo nome
Jorge também pode optar por uma defesa puramente técnica, pela qual não haveria acusações contra os 11 vereadores. Neste caso, o ex-presidente teria de contar com a sua habilidade política para tentar convencê-los a apenas deixá-lo de fora da presidência, livrando-o da cassação.
O fato é que toda essa crise acabou por fazer surgir o nome do vereador Barná Russo (PSD) como o ungido dos colegas para ser o novo presidente. Numa extensa reunião realizada ontem, os vereadores debateram inúmeros assuntos, entre eles a sucessão da presidência. O nome de Barná Russo surgiu como o único candidato de consenso. E ele aceitou.
Dependendo do que aconteça no dia de hoje, uma sessão extraordinária poderá ocorrer às 19h, onde Jorge, renunciando ou sendo destituído, perderá a presidência para Barná Russo. (Fonte: Folha da Cidade)