A polícia de São Paulo apreendeu computadores da família do
menino Joaquim Ponte Marques, encontrado morto em um rio cinco dias depois de
seu desaparecimento, em Ribeirão Preto (SP). O objetivo é analisar os e-mails
enviados pelo padrasto do garoto, Guilherme Longo, e pela mãe, Natália Ponte,
que estão presos e são suspeitos da morte da criança. Os investigadores tentam
confirmar se Guilherme Longo procurou na internet informações sobre
superdosagem de insulina. Joaquim é diabético.
Natália contou à polícia que encontrou Guilherme pesquisando na internet sobre
insulina. Poucos dias antes da morte da criança, a família havia descoberto que
Joaquim tinha diabetes e que precisaria de doses diárias desse hormônio. Na
terça-feira passada, segundo Natália, ela percebeu o desaparecimento do menino
quando foi ao seu quarto, pela manhã, aplicar a dose matinal de insulina.
Uma das hipóteses investigada é que o garoto tenha sido morto por excesso de
insulina. Laudos preliminares apontam que, apesar de ter sido encontrado em um
rio, a 100 km do local do desaparecimento, não havia água nos pulmões de
Joaquim, o que revela que ele já estava morto quando foi jogado na água.
Longo será ouvido novamente pela polícia nesta
quarta-feira.
Na terça-feira, a Justiça autorizou o rastreamento de ligações telefônicas do
casal e de pessoas próximas. A polícia pretende descobrir com quem Guilherme
conversou na madrugada em que Joaquim desapareceu e se Natália passou a noite
em casa dormindo, como ela alega. O padrasto já admitiu à polícia que saiu de
casa na madrugada do sumiço do menino para tentar comprar drogas.
O pai de Guilherme, Dimas Longo, também vai ser investigado, segundo a TV
Globo. O delegado responsável pela investigação está em posse de imagens de uma
câmera de segurança que mostram Dimas saindo de carro da casa onde mora,
durante a madrugada, no dia em que o menino desapareceu.
Segundo a TV Globo, as imagens não mostram quem estava dirigindo o carro de
Dimas, mas ele disse em depoimento que teve um mau pressentimento com o filho e
foi até a casa dele para saber se estava tudo bem.
Guilherme, de 28 anos, é o principal suspeito pela morte do garoto, que tinha
três anos de idade. A mãe do menino o acusou de agressões e ameaças.
O advogado Antonio Carlos de Oliveira, que defende Guilherme Longo, disse que
vai pedir uma acareação entre o seu cliente e a mãe de Joaquim. De acordo com
Oliveira, o pedido de relaxamento da prisão de seu cliente não deve ser feito
por medida de segurança - revoltados com o crime, populares ameaçam linchar
Guilherme.