A Receita Federal deve depositar na próxima segunda-feira (16) o dinheiro do sétimo lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2013 - ano-base 2012 -, quantia que voltará a fazer parte do orçamento financeiro de milhões de pessoas. No entanto, muitos não sabem ao certo o que fazer com esse dinheiro.

Como estamos no final do ano, é muito comum pensar em gastar esse valor extra com presentes ou mesmo cedendo aos impulsos consumistas. Mas é preciso entender que, dessa forma, estará minando as chances de quitar parte - ou até inteiramente - de algumas dívidas.

Para isso, é importante saber exatamente quais são elas e os valores devidos. Se houver financiamentos com bens de valor associados - casas e carros, por exemplo -, priorize-os. Depois, se preocupe com as dívidas que cobrem maiores taxas de juros, como cheque especial e cartão de crédito.

Uma orientação é sempre procurar o credor para renegociar o valor somente quando puder pagar, pois, caso contrário, apenas se enrolará ainda mais nas dívidas, podendo até não dar conta e ficar inadimplente. Como explico em meu livro Terapia Financeira (Editora DSOP), antes de qualquer coisa, é preciso fazer um diagnóstico da sua vida financeira.

Anote as despesas do dia a dia, separando-as em categorias (alimentação, vestuário, combustível, etc). Depois, faça uma relação de, no mínimo, três sonhos: curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazos (acima de dez anos). Um deles, claro, deve ser o de livrar-se das dívidas.

Agora, é hora de fazer o orçamento, substituindo a fórmula "ganhos (-) despesas = lucro ou prejuízo" - que é a forma que a maior parte da população foi ensinada - por "ganhos (-) sonhos (-) despesas = lucro ou prejuízo". Seguindo esses passos, é só começar a poupar para a realização deles.

Mas, se você é daqueles que não possui dívidas, oriento aplicar o dinheiro da restituição, pensando, da mesma forma, na realização de um sonho, seja ele qual for. Outra ideia é utilizar esse valor para começar uma reserva financeira para imprevistos, até porque, ninguém está livre disso.

Onde investir?

Para decidir onde investir, é preciso levar em conta diversos aspectos, como o comportamento do mercado, o prazo dos sonhos relacionados e o seu perfil de investidor, e não somente a rentabilidade.

Por exemplo, recomendo a caderneta de poupança para investir o dinheiro direcionado ao sonho de curto prazo, porque, com essa modalidade, é possível fazer retiradas sem pagar taxas, sem haver dedução do imposto de renda e nem ser prejudicado no rendimento.

Já aos sonhos de médio prazo, que serão realizados em um período de um a dez anos, são interessantes linhas como Tesouro Direto, CDB, Fundo de Investimentos, Título do Tesouro e ouro. Aconselho pesquisar em, no mínimo, três instituições financeiras de grande porte.

Para os sonhos que serão realizados num prazo acima de dez anos, Tesouro Direto, previdência privada e ações são boas opções. Se escolher investir em ações, aplique, no máximo, 20% do valor total que possuir, porque o risco é maior, uma vez que depende do desempenho da empresa. Para finalizar, oriento que, seja qual for o seu sonho, poupe corretamente, tenha persistência e acredite, porque qualquer desejo é passível de ser atingido.