Um surto de microcefalia, que é uma má formação congênita em que o bebê nasce com a cabeça com uma circunferência igual ou menor a 33cm, está assustando o Brasil, principalmente na região Nordeste onde foram confirmados 399 casos neste ano, sendo que a Bahia já possui 8 casos dessa anomalia. A principal suspeita é que esse aumento tenha relação com o Zika Vírus, essa possibilidade foi levantada pelo Ministério da Saúde e foi divulgada nesta terça-feira (17).
O primeiro estado a identificar esse surto foi Pernambuco, e é onde existe o maior número de casos, com 268, mas outros estados da região Nordeste já registraram casos como em Sergipe com 44 casos, 39 foram registrados no Rio Grande do Norte, 21 na Paraíba, 10 no Piauí, 9 no Ceará e 8 na Bahia. Ainda não existem ocorrências em outros estados, apesar que o Zika Vírus ter aparecido em outras localidades do Brasil.
A relação entre o Zika Vírus e a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado em duas mulheres grávidas da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e esperam bebês com microcefalia confirmada. O diretor do Departamento deVigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch falou que ainda não é uma certeza, mas é muito provável que essa relação seja verdadeira e que a presença do ZikaVírus na mãe influi diretamente na possibilidade do bebê nascer com microcefalia.
O Zika Vírus também vem do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue, porém é uma doença que tem menos impacto na pessoa. Essa relação inédita preocupa o Ministério da Saúde que recomenda que as pessoas sigam os mesmos cuidados para evitar a aparição do mosquito, como não deixar a água parada nos locais onde vivem, e também pede que as grávidas possam ter cuidado redobrado e que fiquem longe de qualquer possível lugar onde haja infecção ou de pessoas com qualquer tipo de doença infecciosa.
A microcefalia é preocupante porque em 90% dos casos a microcefalia vem associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor, apesar que em alguns casos a inteligência não seja afetada, o risco existe e é fundamental que isso seja evitado, pois essas crianças possuem um grande risco de desenvolver déficit cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia.