Valerie Beral, pesquisadora principal do projeto e que lidera estudos internacionais sobre câncer de mama , ovários e endométrio, explicou que o "efeito protetor" da pílula se mantém no tempo e "persiste durante décadas".
"As mulheres de 20 anos ou inclusive mais jovens seguem se beneficiando dos efeitos aos 50, quando a aparição de câncer é mais comum", explicou Valerie Beral.
Beral acrescentou que outras pesquisas provaram a eficácia da pílula, que contém hormônios para prevenir a gravidez, na proteção contra o câncer de ovários, e esclareceu que "o povo costuma se preocupar porque acredita que os anticoncepcionais causam câncer, mas a longo prazo a pílula reduz o risco de contrai-lo".
Para obter os resultados, os cientistas reuniram dados de mais de 27 mil mulheres que sofriam com este tipo de câncer de 36 estudos elaborados em diferentes áreas do mundo -entre as quais se incluem América do Norte, Europa, Ásia, Austrália e África do Sul-, a maior amostra epidemiológica reunida até o momento.
Os resultados mostraram que, por cada 5 anos de uso da pílula, o risco de padecer de câncer endometrial se reduzia um quarto .
Nos países com rendas altas o efeito é ainda maior, pois tomar anticoncepcionais durante 10 anos reduz o risco de desenvolver a doença, antes dos 75 anos, de 2,3 a 1,3 casos por cada 100 pessoas, segundo o estudo.